Quem somos como Batistas

Somos um povo que vem de longe, com muitos nomes, de muitas perseguições, de muitas lutas, mas construindo uma bela história de fé, de doutrina e de princípios. Você os conhecerá nos conteúdos de documentos que disponibilizamos neste Portal.

Somos o povo da Bíblia, a Palavra Infalível e Eterna de Deus. Cremos em Deus Pai, Santo, Justo, Criador, e Sustentador de todas as coisas. Cremos no Deus Filho, Jesus Cristo, Salvador e Senhor de nossas vidas e almas, e no Deus Espirito Santo, o Consolador que nos guia em tudo quanto Jesus ensinou.

Com o nome de Batista existimos desde 1612, quando Thomas Helwys, de volta da Holanda, onde se refugiara da perseguição do Rei James I da Inglaterra, organizou com os que voltaram com ele uma Igreja em Spitalfields, arredores de Londres.

Thomas Helwys, que era advogado e estudioso da Bíblia, ao escrever um livro intitulado ” Uma Breve Declaração Sobre o Mistério da Iniquidade”, foi preso e morreu na prisão, em 1615.

No referido livro, ele escreveu aquilo que é um dos mais caros princípios batistas, o princípio da liberdade religiosa e de consciência:”… a religião do homem está entre Deus e ele: o rei não tem que responder por ela e nem pode o rei ser juiz entre Deus e o homem. Que haja, pois, heréticos, turcos ou judeus, ou outros mais, não cabe ao poder terreno puni-los de maneira nenhuma”.

Nossas Igrejas adotam a forma de governo Congregacional Democrático. São Igrejas autônomas e locais. Relacionam-se umas com as outras pela mesma fé e ordem, de forma cooperativa e por laços fraternais.

Creem na conversão pessoal de cada crente a Jesus Cristo, no exercício de sua responsabilidade individual e que é aceito pela Igreja por batismo por imersão e mediante confissão da sua fé em Jesus Cristo como salvador pessoal. Portanto, não aceitam e nem praticam o batismo infantil. Realizam seus objetivos comuns pela cooperação voluntária, na forma de associação de Igrejas ou de Convenções, como é o caso da Convenção Batista Brasileira.

A Convenção Batista Brasileira

Sua Origem
História dos Batistas do Brasil (Apontamentos)

Marco Inicial Batista no Brasil: a primeira Igreja Batista do Brasil era a Igreja Batista de Santa Barbara, fundada em 11 de setembro de 1871, com cerca de trinta membros, integrantes da Colônia de Santa Bárbara. O pioneiro missionário William Buck Bagby em duas ocasiões escreveu em O Jornal Batista (21.06.1916): “Foi no Estado de S. Paulo que se organizou a Primeira Igreja Baptista da America do Sul. Foi no anno de 1870 que esta igreja foi organizada na Colonia Norte-Americana de Santa Barbara, e os baptistas dessa Colonia e igreja enviaram um pedido e apello aos baptistas no sul dos Estados Unidos, para que enviassem missionarios baptistas para evangelizar no Brasil. Foi a este Estado que vieram o escriptor e sua esposa, para iniciar o trabalho baptista entre os brasileiros, em 1881. Foi em Santa Barbara tambem que se baptizou o primeiro baptista brasileiro, o ex-padre Antonio Teixeira de Albuquerque. Este irmão foi comnosco á Bahia em 1881 para principiarmos o trabalho baptista naquella cidade”. Este texto de Bagby foi republicado no Jornal Batista (18.11.1926, p. 4). O livro História dos Batistas, de C. Vender, traduzido para o português por Edmund Hayes, para uso na disciplina História dos Batistas (1929) recebeu um Adendo – “Os Batistas no Brazil”, registrando a organização da IB Santa Barbara e a saída dos pioneiros que fundaram a IB Bahia (1882), Rio de Janeiro (1884), Maceió (1885) e Recife (1886).

Betty Antunes de Oliveira, neta destes Batistas de Santa Bárbara, gastou vinte e cinco anos da sua vida pesquisando e publicando o livro Centelha em Restolho Seco, que registra a saga dessa comunidade Batista e abre espaço para novas pesquisas. A IB Santa Barbara foi o ponto de partida de cinco cristãos Batistas que fundaram a IB Bahia – o casal Bagby, o casal Taylor e Antonio Teixeira. A esposa deste, Francisca, e o filho, Antônio, foram batizados na Bahia (Marli Geralda, Batistas na Bahia).

O casal Bagby e uma convertida na Bahia mudaram para o Rio de Janeiro (1884) onde, com Ester Williams, membro do Tabernáculo Batista, de Londres, fundaram a PIB Rio de Janeiro (1884). Antônio Teixeira de Albuquerque visitou parentes e amigos em Maceió (1885) e pregou ali o Evangelho com cinco conversões. Zacarias Taylor, Antonio Teixeira, Francisca Teixeira, o filho Antônio e Mello Lins (batizado no Recife) organizaram a PIB Maceió, com quatro Batistas oriundos da IB Santa Bárbara. A PIB Recife foi organizada em 1886, com seis membros, inclusive o casal missionário Charles Daniel e Lena Kirk Daniel, ele oriundo da IB Santa Bárbara, que estudou nos Estados Unidos e veio ao Brasil como missionário. Assim, quatro Igrejas formadas com membros oriundos da IB Santa Bárbara. O casal Bagby deixou a PIB Rio de Janeiro e mudou para São Paulo (SP) quando ele reassumiu o pastorado de Santa Bárbara e fundaram o Colégio Batista. Este recebeu muitos filhos de colonos de Santa Bárbara, inclusive Annie Thomas e Bertha Mils, que foram enviadas a estudar nos Estados Unidos e voltaram ao Brasil como missionárias. Annie ensinou no Colégio Batista (SP), casou com Ricardo Pitrowski e Bertha Mils veio ensinar no Colégio Americano Batista, no Recife, casando (1910) com Robert Pettigrew. Este casal foi fundador da PIB de Curitiba (PR). Vemos que a IB de Santa Bárbara produziu muitos frutos, destacando-se estas Igrejas citadas. Ao Senhor toda honra e glória pela vida dos cristãos Batistas pioneiros de Santa Bárbara.
Este foi o início

Nos primeiros vinte e cinco (25) anos de trabalho, Bagby e Taylor, auxiliados por outros missionários, e por um número crescente de brasileiros, evangelistas e pastores, já tinham organizado 83 Igrejas, com aproximadamente 4.200 membros.
Organização da Convenção

Segundo José dos Reis Pereira, Salomão Ginsburg foi a primeira pessoa a pensar na organização de uma Convenção Nacional dos Batistas Brasileiros.

Mas, somente em 1907, a ideia foi concretizada. A. B. Deter, Zacharias Taylor e Salomão Ginsburg concordaram em dar prosseguimento ao plano. Eles conseguiram a adesão de outros missionários e de líderes brasileiros, inclusive Francisco Fulgêncio Soren, que tinha, inicialmente, algumas reservas.
A comissão organizadora optou pela data de 22 de junho de 1907 para organizar a Convenção, na cidade de Salvador, quando transcorreriam os primeiros 25 anos do início do trabalho Batista brasileiro, também iniciado na referida cidade.
No dia aprazado, no prédio do ALJUBE, onde funcionava a PIB de Salvador, em sessão solene, foi realizada a primeira Assembleia da Convenção Batista Brasileira, composta de 43 mensageiros enviados por Igrejas e organizações. A casa estava cheia. O clima era de festa, celebrando o que Deus fizera a partir daquele início tão pequeno!

Criada a Convenção, foi eleita sua primeira diretoria:

Presidente – Francisco Fulgêncio Soren;
1º Vice-presidente – Joaquim Fernandes Lessa;
2º Vice-presidente – João Borges da Rocha;
1º Secretário – Teodoro Rodrigues Teixeira;
2º Secretário – Manuel I. Sampaio;
Tesoureiro – Zacharias Taylor;

A motivação básica da criação da Convenção foi Missões, e falava-se na evangelização de Portugal, Chile e África. Foram criadas, além das duas Juntas Missionárias, Missões Nacionais e Missões Estrangeiras (hoje Missões Mundiais) outras juntas: para a Casa Publicadora Batista, para Escola Bíblica Dominical, para União de Mocidade Batista, para Educação e Seminário, e para a Administração do Seminário. Ao todo, 7 Juntas.

As áreas de Missões, Educação Religiosa e Publicações, Educação Teológica e Educação, foram as que receberam maior atenção dos convencionais.
Os Batistas e as Missões

Missões locais, nacionais e mundiais empolgaram o coração do povo Batista brasileiro e a obra se expandiu por todo o território pátrio e se espalhou pelo mundo, como se pode ver hoje.
Os Batistas e a Educação

A educação é uma marca visível do povo Batista. Sua paixão pelo estudo da Bíblia desenvolveu o interesse pela Educação Cristã, cultivada nas Igrejas através das organizações de treinamento e da EBD. Os templos se tornaram verdadeiros complexos educacionais.

Com a Educação Cristã veio a Educação Teológica. Inicialmente através de aulas dadas pelos missionários em suas casas, depois surgiram os Seminários: Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil, organizado em Recife – PE, por Salomão Ginsburg, em 1º de abril de 1902, e o Seminário Teológico Batista do Sul, fundado pelo missionário John Watson Shepard, na cidade do Rio de Janeiro em 1908. A estes dois Seminários, foram agregados dezenas de outros espalhados por todo o país, com milhares de alunos.

A Educação chamada de geral ou secular teve a mesma origem, o desejo de abrir oportunidades para o estudo da juventude e,de criar uma escola com capacidade para exercer influência sobre a sociedade brasileira.

O Colégio Taylor Egídio, fundado em Salvador pela senhora Laura Taylor e pelo Capitão Egídio Pereira de Almeida, foi o primeiro a vingar. Em 1922 ele foi transferido para a cidade de Jaguaquara, onde existe até hoje. (4)

Depois dele, e por causa dele, vieram o Colégio Batista Brasileiro de São Paulo; Colégio Americano Batista do Recife; Instituto Batista Industrial em Corrente – PI; Colégio Americano, em Vitória; Colégio Batista Shepard no Rio de Janeiro; Colégio Batista Alagoano em Alagoas; Colégio Batista Fluminense em Campos – RJ; Colégio Batista Mineiro, em Belo Horizonte. Além destes Colégios, dezenas de outros foram organizados com a ajuda dos missionários ou por iniciativa de Igrejas, Convenções estaduais e de particulares Batistas. A contribuição dos Batistas na área educacional é realmente notável, considerando tanto a qualidade quanto a quantidade. Hoje, cerca de dois milhões de brasileiros já passaram pelas escolas batistas.
Lutas e Problemas

Nem tudo são flores na caminhada da obra Batista do Brasil e da Convenção. Ela tem atravessado problemas administrativos sérios, ameaças de divisão e questões doutrinárias. Porém, tornou-se centro de vida Batista brasileira e da motivação do trabalho realizado em todo o território nacional.
A Convenção é um fator de Convergência e de União

As Igrejas se filiam à Convenção voluntariamente, aceitam sua declaração doutrinária e seu programa cooperativo e se comprometem a apoiar e trabalhar pela expansão do Reino de Deus no Brasil, no mundo.

Unidos em torno da Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada, e da pregação do Evangelho, as 6.000 igrejas cooperantes ampliam seu raio de ação, inclusive pela organização de cerca de centenas de Igrejas cada ano e pela evangelização de milhares de pessoas que se convertem e são batizadas.
A Convenção tem encontrado na cooperação dos pastores e leigos, homens e mulheres, na submissão ao Espírito Santo, sabedoria para organizar seus planos e aceitar os desafios da comunicação do evangelho.
A Convenção Batista Brasileira comemorou 110 anos em 2017

Os Batistas brasileiros podem agradecer a Deus pela realidade que é a CBB e celebrar sua existência com alegria. Estamos celebrando aquilo que é mais forte na denominação, o espírito cooperativo, motivado e alimentado pela Convenção, que coloca diante das Igrejas, de forma realçada, os objetivos do serviço e da adoração a Deus. Lembrando permanentemente a missão de pregar o Evangelho até os confins da terra.
Cento e dez anos de histórias e de lições, que abrem caminho para o futuro de união, cooperação e de serviço para a glória de Deus.

A história nos diz que podemos, com confiança em Deus, prosseguir para o alvo pelo prêmio da soberana vocação, de continuar servindo a Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo (Fil. 3:14).

Chegar ao início do século XXI e do 3º milênio com desafios audaciosos em seu planejamento e seus realizados, como é o caso do Portal Batista, que você está visitando e que o manterá informado quanto a contribuição que ela continua dando ao povo batista e ao povo brasileiro.
A história mundial dos Batistas pode ser contada a partir de duas raízes principais: Das suas doutrinas;

Considerando as Raízes Doutrinárias

Considerando as Raízes Doutrinárias, os Batistas saem diretamente das páginas do Novo Testamento, dos lábios e ensinos de Jesus e dos apóstolos e tem sua trajetória marcada pela oposição a toda corrupção da doutrina cristã claramente exposta no Novo Testamento.

Ao consultar a Declaração Doutrinária da Convenção Batista Brasileira você verá que as nossas doutrinas saem, com clareza límpida, das Sagradas Escrituras.

A corrupção de algumas doutrinas e práticas do Cristianismo começaram a surgir muito cedo em sua história, como pode ser constatado nos escritos dos apóstolos. Esta corrupção foi se ampliando após a “conversão” do Imperador Constantino ( 306 a 337) ao cristianismo, ocorrida a partir de 312 quando incorporou a cruz ao seu estandarte e passou a favorecer os cristãos.

Muitos destes resistentes rejeitavam as inovações doutrinárias e as práticas e por isso foram perseguidos, exilados e mortos. Eles mantiveram acesas as doutrinas cristãs genuínas e possibilitaram, que através dos tempos, outros se levantassem na Idade Média, como Cláudio de Turim, Pedro de Bruys e Henrique de Lausanne, Pedro Vado, João Wycleffe, João Huss e muitos outros.

Com o surgimento da Reforma Protestante, liderada por Martinho Lutero, e deflagrada em 31 de outubro de 1517, quando da publicação das suas famosas 95 teses, na porta do Castelo de Wittenberg, criou-se a oportunidade de que muitos grupos dissidentes intensificassem suas pregações, e entre eles os chamados Anabatistas, que sustentavam muitas doutrinas que os Batistas esposam, e representavam o grupo mais ativo e poderoso daquele momento. O nome que lhes foi dado Anabatistas significa “os rebatizadores”.

Finalmente, em 1608, um grupo de refugiados ingleses que foram para a Holanda em busca da liberdade religiosa, liderados por John Smyth, que era pregador, e Thomas Helwys, que era advogado, organizaram em Amsterdã, em 1609, uma Igreja de doutrina Batista, como era o sonho dos dois líderes.

John Smyth batizou-se por imersão e em seguida batizou os demais fundadores da Igreja, constituindo-se assim a primeira igreja organizada, tendo como espelho as doutrinas do Novo Testamento, inclusive o batismo por imersão e mediante a profissão de fé em Jesus Cristo.

Com a morte de John Smyth logo depois, e da decisão de Thomas Helwys e seus seguidores de regressarem para a Inglaterra, a Igreja organizada se desfez e parte dos seus membros se uniram aos menonitas.

A Nossa História no Brasil e no Mundo

Considerando as raízes do nome batista

A história começa com a organização da Igreja em Spitalfields, nos arredores de Londres, em 1612, por Thomas Helwys e seus seguidores, já batizados na Igreja em Amsterdã. É esta Igreja, que agora inicia a linhagem de Igrejas Batistas, que começam a crescer na Inglaterra, sob severa perseguição por dissentirem da igreja oficial, a Igreja Anglicana.

A perseguição aos Batistas e a outros grupos separatistas os levou a várias partes do mundo, e em especial às colônias da América do Norte, em busca da liberdade religiosa.

Dois ilustres homens são considerados fundadores das Igrejas Batistas em solo americano, Roger Williams, que organizou a Primeira Igreja Batista de Providence em 1639, na colônia que ele fundou com o nome de Rode Island, e John Clark, que organizou a Igreja Batista de Newport, também em Rods Island e conhecida desde 1648. Os Batistas se espalharam pelas diversas colônias da América do Norte e foram influentes na formação da Constituição Americana de 1781.

A expansão dos Batistas no mundo.

Em 1791, um jovem pastor inglês chamado William Carey, sentindo forte compaixão pelas multidões pagãs da Índia, decidiu iniciar, com o apoio de vários pastores, um movimento para o envio de missionário àquelas terras. Assim foi criada a Sociedade de Missões no Estrangeiro, que tem tido uma participação muito grande na expansão da obra Batista na Ásia e África além de outros continentes e inclusive no Brasil.

Por sua vez, os Batistas Norte Americanos foram grandemente motivados a evangelizar o mundo. Um jovem casal de missionários, Adoniram e Ana Judson, enviados em 1812 pela Igreja Congregacional para evangelizar a Índia, com destino a Calcutá, examinando a Bíblia, especialmente o Novo Testamento, a doutrina do batismo, já que iriam se encontrar com o missionário Batista William Carey e seu grupo de pastores, acabou por concluir que os Batistas estavam certos. Eles foram batizados pelo Pastor William Ward, companheiro de Carey. O mesmo fato aconteceu com outro missionário Congregacional, também enviado a Índia, Luther Rice, que igualmente foi batizado, tornando-se Batista.

Eles decidiram que Adoniram Judson permaneceria no Oriente e Luther Raice voltaria aos Estados Unidos para mobilizar os Batistas para a obra missionaria. Seu trabalho vingou e em maio de 1814 foi fundada uma Convenção em Filadélfia com o nome de “Convenção Geral da Denominação Batista nos Estados Unidos para Missões no Estrangeiro”.

A partir daí, a obra missionária dos Batistas iniciou um gigantesco crescimento chegando, inclusive, através dos Batistas do Sul dos Estados Unidos, ao Brasil, onde foi organizada, no dia 15 outubro de 1882, a Primeira Igreja Batista para Brasileiros em nossa terra e, deste trabalho, é que surgiu a Convenção Batista Brasileira.

Hoje, os Batistas estão presentes em cerca de 200 países e representam uma população de perto de quarenta milhões de membros e atingem cerca de cem milhões de pessoas no mundo inteiro.

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